Em uma economia movida por crédito, pode-se comprar qualquer coisa,
desde que se tenha a renda para garanti-lo. Devido a uma
disponibilidade farta de empréstimos para habitação e perspectivas
de aumento salariais, torna-se ainda mais fácil para jovens casais
comprarem um apartamento.
Se por um lado isso é muito positivo, deve-se atentar para aspectos
que ficam ocultos pela euforia da compra para ajudar a tomar uma
decisão equilibrada e bem pensada.
Tomemos por exemplo Pedro e Isabel. Eles são um casal jovem,
trabalham já alguns anos e querem comprar um apartamento, pois até
agora pagavam aluguel esperando uma boa oportunidade.
Quando eles procuram financiamento, eles são informados que a renda
de Pedro permite um financiamento de máximo de R$ 480.000,00.
Por outro lado, considerando o mesmo prazo de financiamento, se eles
assumirem a dívida em conjunto o financiamento vai aumentar para R$
750.000,00 significando assim que eles podem almejar um apartamento
maior.
Convém notar que a diferença de R$ 270.000,00 no início da dívida
pode fazer uma grande diferença. Por exemplo, pode ser um pequeno
apartamento no interior.
Sob o ponto de vista do construtor e a instituição que financia
não há problemas. Quanto maior o financiamento melhor pois o
construtor terá o seu lucro e a instituição financeira terá mais
receita de juros.
Sob o ponto de vista do casal um financiamento maior é uma grande
satisfação pois e talvez o maior argumento para assumir uma dívida
maior é que os salários não permanecerão estáticos, crescerão
ao longo do tempo de modo que a pressão das prestações irá
diminuir.
A compra de um imóvel para morar é o maior e mais importante
investimento na vida da maioria das pessoas e, portanto desejam que
seja o melhor possível. Comprar um apartamento pequeno agora e
depois de algum tempo vendê-lo para comprar um maior não é uma
estratégia comum e costuma ficar fora de cogitação. Por opção ou
compulsão as pessoas sacrificam objetivos financeiros e materiais
para satisfazer o ego e terem prestígio social.
Algumas questões a serem pensadas e que todos concordam: perda
repentina de emprego ou não ser capaz de obter aumentos salariais
esperado. Quanto maior a dívida maior a ansiedade
A família
Tomar a decisão de
aumentar a família é uma tarefa difícil. O nascimento da criança
é um momento decisivo para um casal e as prioridades podem mudar
rapidamente. Aumentar a família significa assumir custos
financeiros, tempo e esforço. Se o casal tomar um grande
empréstimo, grande parte da renda será gasta no pagamento desse
empréstimo. Note-se também de um ponto de vista médico não há
uma idade máxima prescrita (normalmente 35) para as mulheres para o
parto para além do qual a gravidez torna-se um caso de alto risco.
Assim, um financiamento grande pode expor o casal em uma situação
em que terão dificuldade em apoiar um filho com conforto.
Além disso a esposa não será capaz de fazer uma pausa de emprego
com o nascimento da criança. Crianças exigem tempo integral,
atenção e cuidados, especialmente em seus primeiros anos. Devido ao
financiamento, a esposa não pode deixar seu emprego, mesmo
provisoriamente Para ela, é então uma dupla responsabilidade de
manter um emprego, bem como criar uma família que coloca uma enorme
pressão sobre a sua saúde física e mental e também resulta em
brigas entre os cônjuges.
Assumir uma dívida para um apartamento menor pode facilitar para a
esposa fazer uma pausa durante alguns anos até que a criança esteja
crescida. Mais algumas sugestões a serem ponderadas na tomada de
decisão:
a) Planejar o bebê.
b) Preparar-se para despesas mensais recorrentes adicionais devido ao
nascimento da criança e escolaridade.
c) A esposa planeja fazer uma pausa no emprego para criar os filhos
de maneira adequada?
d) Que tipo de educação se está esperando para a criança.
e) faça do pagamento do empréstimo o seu objetivo financeiro
principal.
f) Tenha uma reserva de contingência.
e) Evite cartão de crédito ou novos empréstimos.